terça-feira, 10 de maio de 2011

Homosexualismo: questão simplesmente complexa

O homosexualismo é a relação sexual entre  pessoas do mesmo sexo.Mas somente entre seres humanos ocorre este tipo de interação ou também entre as outras formas de animais? É fato que algumas espécies de animais convivem e compartilham relações sexuais com parceiros do mesmo sexo. Contudo,não é satisfatória a explicação de que : naturalmente alguns seres humanos convivem com seus iguais de sexo, como os animais, somente por uma questão de utilidade mútua.Nem muito menos que haja alguma propensão,falha génetica para o homosexualismo(afinal,hoje em dia,fazem pesquisas até mesmo para definir quem tem genes mais propensos ao crime ou não).

 O questionamento é : Como desenvolvemos o amor paternal,fraternal,entre amigos também fomentamos em nós o amor sexual e por que, esta forma de amor, não poderia ser gerada por um ser humano de nosso mesmo sexo?

As inúmeros respostas conservadores surgiriam como: "Porque Deus não quis que assim fosse,é pecado"(ou algo do tipo,afinal, não se dá para precisar respostas fudamentalistas) ou como..."por instinto natural de sobrevivência nos relacionamos com o sexo oposto para  procriação..".

Ater-me-ei só a segunda justificativa,já que a primeira é transcendente demais e ,como toda crença ,independe de fatos e argumentos para justifica-la ou debate-la.

Em contraponto ao que responderiam os segundos conservadores,temos que,ao passo que a humaninade se formou e cresceu,precisou-se questionar a elevada taxa de natalidade,de modo que, a reprodução em si  tornou-se um risco para se viver,uma vez que acreditou-se que não haveriam recursos suficientes para toda a população mundial,ou que os mesmo eram mau distribuidos,a ponto de haver a possibilidade de aniquilar os pobres que não tem acesso à eles .Portanto, a existência humana encontra-se em perigo se continuarem a  elevar em larga escala as taxa crescimento populacional.De sorte que , à tempos que o que podemos chamar de ‘’instinto de sobrevivência’’ evoluiu para atender nossa nova realidade.Como efeito disto,temos os fenômenos sociais dos singles(pessoas solteiras que moram sozinhas nas grandes cidades),familias que não tem mais de 1 ou 2 filhos por amor a gestação e não para continuar sua linhagem e ,também, ocorreu que houve a libertação dessa coercitividade social de ter de ‘’produzir’’ filhos .Há ,ademais,com o advento da liberdade de expressão,raça,etc a autorização à exposição pública de nossas escolhas e,por conseguinte,os seres humanos se tornaram livres para amar entre seus mesmo sexos sem que fossem por em risco toda a conservação de nossa espécie,ou fossem ser subjulgado no teatro social.(Todavia,ainda se vê muito preconceito com relação a esta questão).

Apesar desse tipo de amor sempre ter existido ,se hoje , vemos em larga escala a manifestação desse sentimento se deve ao fato de termos adquirido algumas liberdades como seres humanos.Não nos prendemos mais com nossos laços animalescos e nos libertamos, podemos nos relacionar de forma amorosa,carinhosa,afetiva,sexual, com outro ser humano do mesmo sexo físico que o nosso,devido suas qualidades,sua personalidade,seu estilo de vida,sua história sem ter maiores implicações para nossa sobrevivência,isto é,nos elevamos ao devido valor que o sentimento ‘’amar’’ merece,este sentimento que não distingui raça,cor,nível social ou financeiro.

Entretanto,o Estado,que teve uma de suas origens nos remotos tempos de Aristóteles,com a finalidade de nos fazer viver bem,e não simplesmente viver.Esse mesmo Estado,então, tem por obrigação legitimar as relações homoafetivas e criar leis que possibilitem o casamento civil homosexual,uma vez que todos são cidadãos e devem dispor dos mesmos direitos e deveres dentro de um Estado,de tal modo que é passível que se examine o ferimento do direito a  isonomia de todos os cidadãos e,caso não se efetive tal medida esta classe de pessoas provavelmente se sentiram lesadas em relação aos seus direitos de viver bem.

Ainda que nossa constituição não legitime tal união,não é nada mais justo que ao menos se debata a questão de forma lucida ,pois ignorar o fato ou tratá-lo como de menor importância, não é  somente um atentado a uma questão politica-social como também filosófica sobre o processo evolutivo do qual nós seres humanos passamos ao libertar-nos desse presídio instintivo.

Será que estamos prontos para contemplar a palavra ‘’humanidade’’ de fato e ,desta maneira,melhorarmos a cada dia as leis dos homens, ou vamos continuar a justificar nossos erros,injustiças,ignorâncias nos relacionando com meros animais, e argumentando que todos nossos equívocos,ou supostas ‘’falhas’’,’’pecados’’ são processos naturais de nossas existência,tendo em vista que temos uma descendência irracional,ou imperfeição genética,moral?

Louvaveu foi o STF ao decidir de forma unanime ,e um tanto quanto simbólica, que ,a partir de então, seja reconhecida a união estável homoafetiva como entidade familiar,assim ao menos uma instituição do nosso Estado respeita a evolução por qual o ser humano passa e não tratou a questão como uma simplória disputa entre bancada conservadora versus liberal, reconhecendo de forma brilhante a liberdade e o direito de igualdade pregado na nossa Constituição,que é o bem maior adquirido  pela humanidade.Portanto,como disse o ministro do Supremo Luiz Carlos Fux ao discursar sobre a temática da união estável : "A sociedade evolui e a Suprema Corte evoluiu junto com ela". Deste modo,mostra a maturidade de tal organização e demonstra como todos os outros organismos do Estado deveriam agir sobre discussões relevantes.

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